Cardiopatia Congênita

Cardiopatia congênita é o o nome dado a quaisquer doenças estruturais do coração que estão presentes desde o nascimento. Elas acontecem devido alguma alteração durante o desenvolvimento do coração e/ou dos vasos que saem e chegam nele.

Alterações no coração são as má formações mais comuns entre todas durante a gravidez, correspondendo em torno de 40% de todas. Isto se deve a grande diversidade de mudanças desde a concepção até o fim do desenvolvimento cardíaco, que ocorre geralmente após 48 horas depois do nascimento (sim, nós nascemos com o coração ainda se desenvolvendo!!!).

Estima-se que cerca de 1 a cada 100 à 120 bebês apresente alguma cardiopatia. Entretanto, quando pesquisamos números no Brasil há um divergência deste dado. Não que por aqui os corações dos recém nascidos sejam menos afetados, mas infelizmente pela falta de diagnóstico precoce, que é uma das etapas mais cruciais para o tratamento adequado.

Entre os pacientes com cardiopatias mais graves, muitos falecem sem ter diagnóstico exato no momento do óbito, situação causada por falta de assistência adequada, realidade em maior parte do pais, mesmo em grandes centros. Outros muitos pacientes tem cardiopatias que passam despercebidas nos primeiros anos de vida, as vezes problemas só descobertos na idade adulta por serem condições inicialmente pouco sintomáticas.

Infelizmente a falta de conhecimento pode custar caro, pois é de extrema importância para o sucesso no tratamento das cardiopatias o diagnóstico precoce para que se realize planejamento adequado. Grande parte das cardiopatias não precisa de abordagem no momento do nascimento. Algumas até se resolvem sem nenhuma intervenção. Mas para um grupo nada desprezível é importante que a criança receba medicação desde o nascimento e faça cirurgia ou cateterismo ainda nos primeiros dias para que haja chances de sobrevivência. Principalmente para este grupo, quando o diagnóstico é realizado ainda durante a gravidez pelo ecocardiograma fetal, as taxas de sobrevivência são maiores. Outros bebês precisam sair dos hospitais já medicados.

Independentemente da situação, o acompanhamento precoce com cardiologista pediátrico é fundamental para o sucesso da criança. Ainda se estuda muito as causa das cardiopatias. Algumas já são conhecidas, como síndromes
genéticas, doenças maternas e problemas durante a gravidez. Todavia, maior parte das cardiopatias tem origem desconhecida.

Por  Lucas Ribeiro Silva Otaviano – CRM: MG 82.944

Cardiologista Pediátrico e especialista em  Eco Fetal e Infantil