COMO CONTROLAR O “COLESTEROL ALTO” DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Mas crianças e adolescentes podem ter “colesterol alto”?

Sim, crianças e adolescentes podem ter colesterol alto. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 20% das crianças brasileiras já apresentam colesterol elevado. Os números vêm aumentando nos últimos anos, sendo considerado epidêmico em todo o mundo.

Hoje sabemos que o problema sempre existiu e que os adultos apresentaram doença coronariana, infarto agudo do miocárdio, ou Acidente Vascular Cerebral (AVC) entre os 30 e 50 anos de idade, provavelmente, já apresentavam taxas de colesterol elevadas desde a infância.

Por ser uma doença assintomática nessa faixa etária, e com o intuito de prevenir as doenças cardiovasculares do adulto, a dosagem de colesterol e dos triglicérides passaram a fazer parte da rotina dos pediatras.

 

O que é colesterol e quais os seus tipos?

Colesterol é um tipo de gordura produzida no corpo humano que, em quantidades adequadas, é necessário para a manutenção da saúde. Chama-se aterosclerose as placas de gordura depositadas nos vasos sanguíneos quando o colesterol está acima do desejado.

 

Quando dosamos os níveis de colesterol avaliamos:

• LDL (low-density lipoprotein), conhecido como “colesterol ruim”

• HDL (high-density lipoprotein), conhecido como “colesterol bom”

• VLDL& (very low density lipoprotein), também é ruim e está relacionado aos níveis de triglicérides

• Colesterol total, que é a soma dos três anteriores

• Triglicérides, que não é um colesterol, mas é também uma gordura e tem seu metabolismo associado ao VLDL. Seus níveis elevados também trazem malefícios ao corpo humano

 

O que leva crianças e adolescentes a terem níveis altos de colesterol?

Existem quatro diferentes motivos para o aumento do colesterol nessa faixa etária:

• Maus hábitos alimentares e sedentarismo – o colesterol é responsivo aos hábitos alimentares e aos exercícios físicos. Alimentos ricos em gorduras aumentam o LDL, enquanto aqueles ricos em fibras aumentam o HDL. A prática de esportes aeróbicos também colabora na elevação do HDL.

• Herança genética – conhecida como hipercolesterolemia familiar, que é uma doença transmitida de pais para filhos por herança genética. É caracterizada por níveis elevados de LDL, independente dos hábitos da criança.

• Secundária a outras doenças ou medicamentos – algumas doenças, tais como diabetes, obesidade e Síndrome Nefrótica, entre outras, podem elevar o colesterol, assim como o uso de alguns medicamentos, como o Roacutan.

• Idiopática (sem causa definida) – quando não há histórico familiar de colesterol elevado, erros alimentares nem sedentarismo, considera-se a hipercolesterolemia como idiopática.

 

Quando iniciar o controle de colesterol?

O médico indicará o momento certo baseado em parâmetros clínicos e do histórico da criança e da sua família. A primeira dosagem deve ser feita em torno dos dez anos de idade. Crianças e adolescentes com um ou mais fatores de risco para aterosclerose devem realizar exames de controle em idade mais precoce. São considerados fatores de risco:

• Sobrepeso ou obesidade

• Hipertensão arterial

• Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2

• Outras doenças associadas a aumento de risco cardiovascular, assim como uso de alguns medicamentos

• Pai com doença cardiovascular ou AVC antes dos 55 anos ou mãe antes dos 65 anos

• Exposição à cigarro, seja fumante ativo ou passivo

 

Como controlar? 

Hábitos saudáveis são a melhor forma de controlar o colesterol. Dieta pobre em gorduras saturadas e ricas em fibras e ômega 3 é a ideal. As gorduras saturadas são encontradas em carnes vermelhas, leites integrais, óleos, bolachas recheadas, sorvetes e salgadinhos industrializados, por exemplo. Já as fibras estão presentes em frutas, verduras e grãos. O ômega 3 é adquirido através dos peixes – mas não dos frutos do mar, que são muito ricos em colesterol -, sementes e cereais, como a aveia, farelo de trigo e castanhas. 

Toda criança deve praticar atividades físicas regulares, de preferência aeróbicas. Atenção: só as aulas de educação física não são suficientes, recomenda-se exercícios com uma hora de duração pelo menos três vezes por semana, além daquelas oferecidas diariamente nas escolas.

O tratamento medicamentoso é indicado, sob orientação médica, para adolescentes acima de dez anos com níveis de colesterol considerados de risco e que não responderam adequadamente à dieta e atividade física recomendada.

Fonte: minhavida.com.br