Já é sabido que a prática regular de exercícios físicos traz vários benefícios para a saúde, como a melhora da capacidade física, melhor controle dos níveis pressóricos e do colesterol.
Também já é conhecida sua importância na melhora da resposta imunológica na prevenção e atenuação de sintomas de infecções de vias aéreas superiores como gripes e resfriados. O que ainda não se sabia era se esse tipo de resposta também valeria para as infecções provocadas pelo Sars-Cov-2, vírus responsável pela Covid-19.
Estudo recente conduzido pelo Dr Robert Sallis na Califórnia, avaliou retrospectivamente os níveis de atividade física entre 2018 e 2010 de 48.440 adultos que tiveram covid entre janeiro e outubro de 2020. Após a análise e normalização dos dados, filtrando fatores de risco como obesidade, diabetes, hipertensão e tabagismo, chegou-se a conclusão que pacientes que contraíram Covid-19 e que eram fisicamente tiveram uma probabilidade duas vezes maior de desenvolver formas graves da doença quando comparados com aqueles que eram fisicamente ativos na época. Para conquistar esse beneficio, sociedades e associações médicas recomendam que a prática dos exercícios físicos sejam regulares, com intensidade moderada a vigorosa e tenham duração de pelo menos 150/min por semana.
Para aqueles que tiveram Covid-19 e queiram voltar à prática regular de exercícios físicos, recomenda-se antes de tudo que seja uma avaliação médica para excluir sequelas cardíacas que podem ocorrer com a infecção. Apesar de a miocardite acometer mais os pacientes hospitalizados e que necessitaram de suporte ventilatório, pacientes com sintomas leves também podem ser acometidos. Após essa etapa, recomenda-se um retorno gradual com incrementos leves tanto no volume quando na intensidade dos treinos, e se, mesmo assim surgirem sintomas como falta de ar, dor torácica, palpitações, tonturas ou desmaios, interromper completamente os treinos e retornar ao médico para uma nova avaliação.
Por Fabrício Naves – CRM: MG 56251
Médico do Exercício e Esporte