O que é e para que serve o ecocardiograma fetal?

As alterações cardíacas fetais são o tipo de má formação congênita mais frequente, presente em cerca de 1 a cada 100 à 120 nascimentos. Isto se justifica devido à complexidade das mudanças que são necessárias até a formação do coração, processo que só se completa após ao nascimento.

Apesar do grande número de mudanças, a partir da 7° semana, maior parte do coração já está formado.

O ecocadiograma fetal é o exame focado do coração do feto e os principais vasos que chegam e saem dele, idealmente realizado entre 22ª a 28ª semana.

O que se espera deste exame é a avaliação do ritmo e das principais estruturas do coração para assim descartar ou diagnosticar cardiopatias de maior complexidade.

Não é possível neste exame descartar cardiopatias mais simples como maior parte dos defeitos no septo interatrial, pequenos defeitos no septo interventricular, alguns casos de coartação de aorta, drenagem anômala parcial de veias pulmonares, entre outros. Mas estas cardiopatias, frequentemente de acometimento mais brando, geralmente não levam a comprometimento cardíaco fulminante logo após o nascimento.

A finalidade maior deste exame é o melhor planejamento possível para que bebês com cardiopatia congênita complexa, tenham a melhor chance de sobrevida. Há grande diferença na evolução dos bebês com cardiopatia grave que tiveram nascimento planejado e toda assistência previamente preparada para aqueles que realizam descoberta apenas nos berçários, algumas vezes até após alta da maternidade.

Também há casos nos quais é possível realizar intervenções medicamentosas ou até mesmo invasivas em casos críticos.

O exame é realizado através da barriga da mãe e não traz absolutamente nenhum risco para o feto.

Atualmente, se discute a possibilidade desse exame se tornar rotina no pré-natal de todas as gestantes.

As indicações mais comuns são associadas a presença de fatores de risco materno, familiar, intercorrências na gestação atual, abortos prévios e presença de outras má formações fetais.

Após exame de qualidade, não havendo cardiopatias, usualmente não há necessidade de novos exames. Mas quando há alterações retornos geralmente são necessários.

Por  Lucas Ribeiro Silva Otaviano – CRM: MG 82.944

Cardiologista Pediátrico e especialista em  Eco Fetal e Infantil